já tinha saudades de um bom desabafo.

Não somos pagos para viver, não somos ensinados a saber o que fazer a todo o momento, não temos de conviver com finais felizes e saber como tudo irá terminar.
Não temos banda sonora a acompanhar todos os nossos belos momentos. Não sorrimos e somos belos e esbeltos a toda a hora. Não temos a imagem ou presença que nos filmes as personagens são destacadas. Não transparecemos sempre o que queremos.
Não conseguimos controlar tudo. Não somos tão importantes para quem desejaríamos e nem com falas treinadas desenvolvemos o final pretendido. Passamos a vida a representar, passamos os dias a fingir entre personagens o que apenas queremos mostrar. Hoje somos capas, capas que nos escondem, que nos protegem, que nos trazem segurança. Sorrimos por falsidade e choramos por representação. Tentamos ser um algo e nunca um alguém.
No fim de contas, de que se trata a vida quando a tudo dizemos que sim, quando sorrimos mas nunca com vontade, quando dormimos muito e pouco aproveitamos ou quando tentamos a todo o tempo controlar e gerir tudo e no final a nossa escala de prioridades nunca fica como pretendemos?
Há que aprender a dizer NÃO, aprender a fazer sorrir e a merecer,  a dormir pouco mas o suficiente, a proteger mas a viver, a ouvir, a falar e sobretudo a ser o que somos e não quem o outro quer que nós sejamos.

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